INSS: servidor com salário de R$ 24 mil comprou Porsche de R$ 787 mil

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A mulher do ex-procurador-geral do INSS Virgílio Filho comprou um SUV Porsche Cayenne híbrido de R$ 789 mil enquanto o marido atuava para facilitar os descontos de aposentados da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).

Thaisa Hoffmann, mulher de Virgílio, realizou a compra por meio de sua empresa, a THJ Consultoria, em 20 de agosto de 2024, em uma concessionária de Curitiba (PR). O valor pago foi de R$ 787.312,00. A informação consta de documentos sigilosos enviados à CPMI do INSS no Congresso.

Entre 2022 e 2024, Thaisa Hoffmann também adquiriu três imóveis — dois em Curitiba e um em Brasília —, totalizando R$ 3,47 milhões. Todos foram pagos à vista. O mais valioso é um apartamento no bairro Campo Comprido, em Curitiba, avaliado em R$ 2,5 milhões. Além dele, há uma sala comercial na capital paranaense e um apartamento às margens do Lago Paranoá, na capital federal.

Outro documento, um Relatório de Inteligência Financeira (RIF) sobre Virgílio Filho, indica que ele reservou um Audi A5 (modelo Sedan Performance S Edition) para compra mesmo após ter sido alvo da Operação Sem Desconto. O alerta sobre a negociação foi emitido em 28 de maio deste ano. O automóvel vale cerca de R$ 380 mil.

Em 2025, Virgílio já havia adquirido outro veículo de alto luxo: uma Mercedes-Benz GLB 35 AMG, avaliada em R$ 508,5 mil, segundo a Tabela Fipe.

De acordo com as investigações, Virgílio recebeu pelo menos R$ 11,9 milhões de empresas pertencentes a investigados na “Farra do INSS”, esquema de descontos ilegais em benefícios de aposentados revelado pelo Metrópoles.

Desse total, ao menos R$ 7,5 milhões foram repassados a Thaisa Hoffmann pelo lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. Virgílio, servidor de carreira da Advocacia-Geral da União (AGU), exerceu o cargo de procurador-geral do INSS em dois períodos: de 16 de abril de 2020 a 1º de junho de 2022 e novamente de 29 de setembro de 2023 até ser afastado judicialmente em 23 de abril de 2025.

Após o afastamento, a AGU determinou sua exoneração.

Ex-procurador do INSS aumentou patrimônio em R$ 18,3 milhões, diz CGU

Outro documento enviado à CPMI trata da investigação conduzida pela Controladoria-Geral da União (CGU). Segundo o órgão, Virgílio Filho teve aumento patrimonial de R$ 18,3 milhões no período analisado — em parte, devido aos pagamentos recebidos dos investigados.

A apuração da CGU aponta ainda que ele teria favorecido a Contag ao ratificar o desbloqueio em lote de benefícios previdenciários para permitir a inclusão de descontos associativos. O ato contrariou os procedimentos usuais e a manifestação da área técnica do órgão.

A coluna tentou contato com Virgílio Filho e com Thaisa Hoffmann na tarde desta segunda-feira (6/10), por e-mail e por mensagem de texto, mas não houve resposta. O espaço segue aberto.

Fonte: Metrópoles/Foto: Porsche/reprodução

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