Itinerário de voo e mensagens para a esposa: o passo a passo do empresário brasileiro que desapareceu na Suíça

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O empresário brasileiro que desapareceu após viajar a negócios para a Suíça fez o último contato com a esposa cerca de duas horas após pousar no país europeu. Márcio Rodrigues da Silva, de 44 anos, chegou a Zurique na manhã do dia 8 de novembro (quarta-feira).

O empresário, que mora em Itupeva (SP) e atua no ramo de produtos terapêuticos, pegou o voo para a cidade suíça às 18h do dia 7 de novembro (terça-feira), no aeroporto de Guarulhos (SP). O tempo total de viagem era previsto para 13h40, com uma conexão em Barcelona, na Espanha, para trocar de avião.

Confira o itinerário da companhia aérea para o voo de Márcio:

  • 18h de 7 de novembro – Saída do aeroporto de Guarulhos;
  • 8h25 de 8 de novembro – Chegada ao aeroporto de Barcelona “Barcelona El Prat”;
  • Conexão de 1h25 no aeroporto de Barcelona;
  • 9h50 de 8 novembro – Saída do aeroporto de Barcelona;
  • 11h40 de 8 de novembro – Chegada ao aeroporto de Zurique “ZRH”.

Troca de mensagens

Conforme troca de mensagens entre Márcio e a esposa, Ana Lúcia da Silva, o brasileiro disse à esposa que estava dentro do avião às 17h50 de 7 de novembro. Ele chegou a enviar uma selfie para a mulher.

A próxima troca de mensagens é feita às 5h45 do dia seguinte, 8. Márcio envia vários áudios para a esposa e uma foto dentro de um aeroporto, em uma fila de pessoas.

Em uma das mensagens, enviada às 5h56, Márcio escreve: “a partir desse trecho só (se fala) em inglês, nossa que dificuldade”, relata.

O empresário chega a mandar outra selfie para a esposa, na qual aparece sorrindo.

Às 6h47, Ana responde às mensagens anteriores, dando “bom dia” ao marido. Márcio volta a falar com a mulher às 8h e, às 8h11, envia outra selfie para ela, na qual aparece em um lugar aberto e com um avião de fundo.

Ana envia um áudio ao marido, que responde com uma foto no que parece ser um ônibus que faz o transporte de passageiros dentro de aeroportos. Isso foi às 8h15.

Minutos depois, às 8h32, Márcio envia um vídeo para a esposa. Ele não aparece na imagem, mas é possível ver que o empresário estava dentro de um aeroporto. No vídeo, ele narra que estava se sentindo perdido por não falar outros idiomas e que precisava descobrir onde iria para pegar as bagagens.

‘Cilada’

Um período de cerca de cinco horas se passa até que Márcio envie novos áudios à mulher, às 13h32, relatando que havia entrado em um táxi e tentaria ir até um hotel onde estaria o passaporte dele, que havia sido pego por um grupo de pessoas que supostamente seriam os empresários com quem Márcio negociava pela internet.

“Eu acho que nós caímos em uma cilada, tá bom? Muito grande. Eu vou torcer para que Deus me mantenha vivo”, disse na mensagem em áudio.

Além do áudio de 51 segundos, o empresário envia outros arquivos à esposa, sendo o último às 13h34. Foi neste mesmo horário que Márcio deixou de visualizar as mensagens.

Conforme consta na conversa de WhatsApp, a última vez que Márcio abriu o aplicativo foi às 13h34 de 8 de novembro. Ana diz que, após este momento, nenhuma mensagem enviada ao marido apareceu sinalizada como recebida, o que indicaria que o celular dele foi desligado.

Segundo Ana, a viagem de Márcio não terminaria em Zurique. Após a passagem pela Suíça, o empresário viajaria para a Espanha para fazer um trabalho de demonstração de produtos terapêuticos a um grupo de pessoas, que também passaria por treinamentos com ele. Não há detalhes sobre esta outra viagem.

A esposa diz que o empresário foi até o país suíço para assinar documentos de um investimento que havia feito pela internet com uma empresa. Ele sumiu depois que havia ido se encontrar com um grupo de pessoas desta organização.

Investigação

Após o ocorrido, Ana registrou um boletim de ocorrência de pessoa desaparecida no Brasil.

O Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) informou, em nota enviada, que a esposa de Márcio foi ouvida na unidade. Após diligências, o órgão encaminhou o caso à Polícia Federal, que investiga o desaparecimento com apoio da Interpol.

Até a manhã desta sexta-feira (17), não havia novidades na investigação.

O g1 pediu informações para o Ministério das Relações Exteriores, mas o órgão retornou dizendo que não pode comentar o caso devido à privacidade prevista na Lei de Acesso à Informação. A pasta informou que está à disposição da família, através do consulado brasileiro.

Foto:Arquivo pessoal

*g1

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