A taxa média de juros cobrada pelos bancos em suas operações com pessoas físicas e com empresas teve aumento de 1,8 ponto percentual em janeiro deste ano, para 43,5% ao ano. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (27) pelo Banco Central.
Esse é o maior patamar desde agosto de 2017, quando somou 45,6% ao ano, ou seja, em cerca de cinco anos e meio. A série histórica do BC tem início em março de 2011.
O juro médio, nesse caso, foi calculado com base em recursos livres – ou seja, não inclui os setores habitacional, rural e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
- De acordo com o BC, a taxa média de juros cobrada nas operações com empresas subiu de 23,1% ao ano, em dezembro, para 25,3% ao ano em janeiro de 2023. É o maior patamar desde julho de 2017 (25,4% ao ano).
- Já nas operações com pessoas físicas, os juros subiram de 55,4% ao ano, em dezembro, para 56,6% ao ano em janeiro. É o maior nível desde novembro de 2022 (57,3% ao ano).
O novo aumento dos juros bancários acontece em um momento de estabilidade na taxa básica da economia, a Selic, que está em 13,75% ao ano desde agosto do ano passado.
Cheque especial e cartão de crédito
No cheque especial das pessoas físicas, a taxa recuou de 132,1% ao ano, em dezembro, para 132% ao ano em janeiro de 2023. A queda foi de 0,1 ponto percentual no mês passado.
A taxa média de juros cobrada pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo, por sua vez, avançou de 407,7% ao ano no fim de 2022 para 411,5% ao ano em janeiro. É o maior patamar desde agosto de 2017 (428% ao ano).
- O crédito rotativo do cartão de crédito pode ser acionado por quem não pode pagar o valor total da fatura na data do vencimento, mas não quer ficar inadimplente.
- Mesmo com a queda em setembro, o patamar da taxa rotativa de juros segue proibitivo. Essa é a linha de crédito mais cara do mercado e, segundo analistas, deve ser evitada. A recomendação é que os clientes bancários paguem todo o valor da fatura mensalmente.
Crédito bancário
O volume total do crédito bancário em mercado, segundo o Banco Central, recuou 0,3%, para R$ 5,26 trilhões em janeiro. Em dezembro do ano passado, somava R$ 5,27 trilhões.
“O volume de crédito para as empresas diminuiu 2,4% ao totalizar R$ 2,1 trilhões, enquanto para as famílias houve crescimento de 1,1%, atingindo R$ 3,2 trilhões”, informou o BC.
Para as pessoas físicas, houve destaque para o crédito consignado para aposentados e pensionistas do INSS, com alta de 2,5%; crédito consignado para trabalhadores do setor público, com aumento de 1%; no cartão de crédito rotativo (+4%) e no cheque especial (+9%).
Endividamento das famílias e inadimplência
Segundo o BC, o endividamento somou 49,6% da renda acumulada nos doze meses até novembro do ano passado. A série histórica do BC para este indicador tem início em janeiro de 2005.
Com isso, registrou queda marginal na comparação com o outubro de 2022, quando estava em 49,7%.
Em fevereiro de 2020, antes da pandemia da Covid-19, o endividamento das famílias somava 41,8%.
Ao mesmo tempo, a taxa de inadimplência média registrada pelos bancos nas operações de crédito subiu de 3%, em dezembro de 2022, para 3,2% em janeiro deste ano. É a maior desde abril de 2020 (3,3%)
- Nas operações com pessoas físicas, a inadimplência subiu de 3,9%, no fim de 2022, para 4,1% em janeiro. Com isso, atingiu o maior patamar desde outubro de 2016 (4,2%).
- Já a inadimplência das empresas ficou estável em 1,6% em janeiro, a mais alta desde agosto de 2020 (1,8%).
*g1