Justiça destaca periculosidade de jovem presa por sequestro de bebê em maternidade do Rio

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A juíza Priscilla Macuco Ferreira destacou que a jovem Cauane Malaquias da Costa demonstra “extrema ousadia e periculosidade” ao decidir pela manutenção da prisão dela.

A mulher foi presa em flagrante pelo sequestro do bebê Ravi Cunha, que foi levado da Maternidade Municipal Maria Amélia Buarque de Hollanda. Além disso, havia o risco de que a localização da presa fosse incerta após a liberdade, o que dificultaria uma possível prisão.

A prisão em flagrante foi convertida para preventiva durante audiência de custódia nesta sexta-feira (3).

A Justiça decidiu que a liberdade provisória de Cauane poderia prejudicar as investigações e depoimentos das testemunhas.

A magistrada destacou que a custodiada se aproveitou da fragilidade da mãe no puerpério.

“A gravidez e o puerpério são momentos em que a mulher encontra-se mais vulnerável. E, no caso concreto, a fragilidade da vítima era maior ainda, na medida em que ainda estava internada, aguardando alta após o parto”, reforça a decisão.

O recém-nascido e a mãe tiveram alta médica na quinta-feira (2) e puderam, então, ter uma noite tranquila em casa. A saúde do bebê não foi impactada pelo sequestro.

“Toda a família aguarda esse momento tão esperado de alívio. Estamos ansiosos, o pesadelo durou pouco tempo”, comemorou o avô.

Investigação

A principal suspeita do sequestro é uma jovem de 19 anos, identificada como Cauane Malaquias da Costa. Ela teria dito a familiares e ao namorado que estava grávida, e o delegado considera que ela premeditou o crime.

Ela foi levada para o presídio feminino de Benfica na tarde de quarta (1º), após ser presa em flagrante pelo crime de subtração de incapaz com colocação de lar substituto. A pena é de até 6 anos.

Depois do bebê ser devolvido, a família foi transferida para um quarto com reforço na segurança.

O sequestro

A investigação da 4ª DP (Praça da República) aponta que Cauane esperou por cerca de 5 horas na unidade de saúde até ter a oportunidade de pegar o bebê.

O delegado Mário Andrade, titular da 4ª DP, fala em “premeditação”. O g1 já tinha mostrado que Cauane dizia estar grávida e afirmou que o recém-nascido era dela até para os PMs que foram prendê-la.

A polícia descobriu que Cauane esteve na maternidade nesta terça-feira (31) para ver uma amiga, Raiane, que tinha dado à luz. Ela chegou entre 10h30 e 11h à unidade. “Ela contou que realmente visitou a colega, mas ficou perambulando pelo corredor do hospital. Por volta das 15h, ela passou pela enfermaria, viu o Ravi [que tinha acabado de nascer] e se interessou por essa criança”, relatou Mário.

A jovem contou à polícia que se sentou em uma cadeira, ficou conversando com alguém e depois foi para casa, guardando o adesivo que ganhou ao se identificar para ver Raiane.

Por volta das 19h, ela saiu de casa com três bolsas. Colou o adesivo de mais cedo e entrou normalmente no hospital — antes, tinham cogitado uma invasão pela varanda.

Cauane, então, esperou 5 horas até encontrar a oportunidade de pegar Ravi.

“Por volta de 1h [o relógio da câmera de segurança marca 1h57], quando a mãe [de Ravi] e outra pessoa [a sogra] estavam dormindo, Cauane aproveitou, entrou e subtraiu a criança”, afirmou o delegado.

“Perguntada por qual motivo fez isso, ela se calou. Tenho para mim que seria para criá-lo como filho, uma vez que ela tinha um namorado e inventou para esse namorado que estava grávida. Para ele e para a família toda”, emendou.

A jovem admitiu que teve uma gravidez, apesar de a família não acreditar. Ela disse que tirou fotos não só da recepção como da enfermaria, dizendo para os familiares que estava se internando para ter a criança.

Ao chegar à 4ª DP (Praça da República), conduzida por PMs da UPP do Borel, Cauane foi confrontada pela avó paterna de Ravi, Patrícia Cunha Figueira: “Por que você fez isso conosco? Por quê? Que Jesus te perdoe! Ele te ama! Que Ele tenha misericórdia!”

 Foto: Reprodução/TV Globo

*g1

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