La Niña, esperança de trégua no calorão, pode acontecer, mas não vai ser o suficiente para conter efeitos do aquecimento

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A Organização Meteorológica Mundial (OMM) afirmou na manhã desta quarta-feira (11) que a La Niña , fenômeno que diminui as temperaturas, deve acontecer ainda este ano, mas não vai ser o suficiente para reverter o aquecimento que estamos vivendo.

O fenômeno tem o efeito inverso do El Niño e ocorre quando há o resfriamento da faixa Equatorial Central e Centro-Leste do Oceano Pacífico. O reflexo disso é menos calor e mais chuva em algumas regiões.

A chegada da La Niña era esperada para aliviar o calor intenso de 2024, depois de um El Niño extremo e com o ano terminando com o mais quente que a Terra já passou. A expectativa era de que ela trouxesse algum alívio, ainda que temporário, principalmente para a região Norte.

Geralmente, La Niña produz impactos climáticos em larga escala opostos ao El Niño, especialmente em regiões tropicais, como o Brasil. No país, os efeitos são:
  • Aumento de chuvas no Norte e no Nordeste;
  • Tempo seco no Centro-Sul, com chuvas mais irregulares;
  • Tendência de tempo mais seco no Sul;
  • Condição mais favorável para a entrada de massas de ar frio no Brasil, gerando maior variação térmica.

No entanto, desde julho, quando foi prevista, as chances estão diminuindo. Quando a possibilidade de La Niña foi divulgada, as chances eram de 70%. Agora, são de 55%.

Segundo a OMM, apesar disso, ainda há um indicativo de que ela deve chegar ainda este ano. A previsão é de que ocorra entre dezembro e fevereiro, porém, de forma mais fraca e com curta duração. Isso significa que a trégua esperada pode não se concretizar.

Em comunicado nesta quarta-feira (11), a OMM publicou:

“O ano de 2024 começou com o El Niño e está a caminho de ser o mais quente já registrado. Mesmo que um evento La Niña surja, seu impacto de resfriamento de curto prazo será insuficiente para contrabalançar o efeito de aquecimento dos gases de efeito estufa que retêm calor recorde na atmosfera”, disse a Secretária-Geral da OMM, Celeste Saulo.

O ano de 2024 está terminando com o mais quente da história, quebrando o recorde de 2023, que também tinha sido o mais quente. O aquecimento é resultado da maior emissão de gases do efeito estufa. Nesse cenário, os fenômenos acabam por acentuar, como é o caso do El Niño, ou amenizar, como no caso da La Niña, mas não são capazes de reverter o cenário.

A previsão da OMM indica que temperaturas acima do normal generalizadas da superfície do mar devem persistir em todas as bacias oceânicas, exceto no Oceano Pacífico oriental quase equatorial. Segundo os especialistas, essa pode ser a causa para o menor impacto do fenômeno.

Fonte: G1/Foto: José Fernando Ogura/AEN

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