Na véspera de estrear no Masters 1000 de Madri, Rafael Nadal sabe que está longe de sua melhor forma física. Em entrevista coletiva, o tenista espanhol de 37 anos, que tem sofrido com lesões recorrentes desde janeiro do ano passado, declarou que não garante participação em Roland Garros, em maio. Nadal é o maior vencedor da história do torneio disputado em Paris, um dos quatro do Grand Slam, com 14 títulos. Madri será um bom teste para o jogador avaliar se terá ou não condições de jogo.
– Não sei o que vai acontecer nas próximas três semanas. Vou lutar e fazer de tudo para tentar jogar em Paris (Roland Garros). Se eu puder, jogo; se não puder, não jogo. Não vou jogar em Paris como estou hoje. Essa é a realidade. Vou jogar lá se me sentir capaz de jogar bem – disse.
As Olimpíadas de Paris, por outro lado, ainda estão na mira do espanhol ex-número 1 do mundo:
– O mundo não acaba com Roland Garros, embora tenha sido o torneio mais importante da minha carreira. Há ainda as Olimpíadas pela frente, diferentes formatos em que posso jogar.
Em sua estreia em Madri, nesta quinta-feira (25), Nadal vai enfrentar um jovem americano 21 anos mais novo que ele. Darwin Blanch tem apenas 16 anos. Quando ele nasceu, Nadal já tinha três títulos em Roland Garros.
– É uma diferença de idade muito grande. Espero um jogador jovem com muito potencial. Espero ir lá e fazer o que tenho que fazer, e a primeira coisa é gostar e tentar fazer o melhor possível. Veremos como estou, é uma incógnita. Espero ser competitivo o suficiente para poder lutar amanhã – comentou o tenista.
Nadal, que recentemente disputou o ATP 500 de Barcelona, novamente demonstrou que jogar em casa é importante para a sua recuperação e para fechar um ciclo na carreira.
– Não creio que possa jogar cem por cento, mas, olha, é importante poder jogar pela última vez em Madri. Para mim significa muito jogar nesta quadra onde vivi momentos muito bons.
A lesão de Nadal
Dono de 22 títulos de Grand Slam, Nadal sofre com lesões de quadril desde janeiro de 2023, quando começou a sentir dores no Australian Open. Em seguida, ficou fora de Roland Garros, torneio que venceu 14 vezes, por causa de uma lesão no iliopsoas, o principal músculo flexor do quadril, do lado esquerdo. Como explica a médica ortopedista Ana Paula Simões em coluna publicada no EU Atleta, o iliopsoas é um conjunto de três músculos (ilíaco, psoas maior e psoas menor) que trabalham juntos para provocar a flexão do quadril, e esta é uma lesão comum em tenistas.
A lesão o levou à mesa de cirurgia em junho do ano passado e encerrou a temporada para Nadal. Em janeiro deste ano, então, Nadal voltou no ATP 250 de Brisbane, na Austrália. Venceu o austríaco Dominic Thiem e o australiano Jason Kubler nas duas primeiras rodadas, mas sofreu uma pequena ruptura muscular no quadril – olha ele aí de novo – no terceiro jogo, quando foi derrotado pelo australiano Jordan Thompson. E novamente o veterano campeão teve que se afastar das quadras.
O retorno foi com uma vitória no ATP 500 de Barcelona, em 16 de abril, quando venceu o italiano Flabio Cobolli por 2 sets a 0, parciais de 6/2 e 6/3. Mas foi eliminado do torneio pelo australiano Alex De Minaur, na segunda rodada, depois de perder por 2 sets a 0, com parciais de 7/5 e 6/1.
Fonte: Globo Esporte/Foto: Pedro Salado/Getty Images
