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NÃO ESPERA ACONTECER, FAZ A HORA.

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Em 1922, em plena convulsão política na disputa presidencial no Brasil, as reuniões do Clube Militar se tornaram cada vez mais frequentes e mais ruidosas, para não dizer tumultuosas. Havia uma intensa discussão entre os oficiais mais modernos, principalmente, contra os oficiais mais antigos, em particular os generais e almirantes. Os mais antigos eram governistas, na sua maioria. Os mais modernos desejavam uma mudança radical na política do café-com-leite, que era o revezamento na presidência da República entre políticos de Minas Gerais e os políticos paulistas e que consistia num sistema corrupto do “toma lá dá cá” contra o povo e o país. Era um momento de intrigas, mentiras (As Cartas Falsas), um jogo sujo de ambas as partes, do lado do mineiro Arthur Bernardes e do lado de Nilo Peçanha (Reação Republicana). O ainda presidente era Epitácio Pessoa e, aparentemente, não apoiou nenhum dos candidatos. Em 1º de março de 1922, Arthur Bernardes se elegeu presidente. Foi uma eleição complexa, com votos espalhados pelo Brasil inteiro e, a maioria, o tal “voto de cabresto”, por ordem dos “coronéis” do interior, tanto no Sul, como no Norte e Nordeste, principalmente. Mulher não tinha o direito de votar. O candidato Arthur Bernardes se elegeu com 466.972 votos contra 317.714 votos para Nilo Peçanha. A partir daí, os militares (tenentes, capitães, uma parte de oficiais superiores) e civis contrários ao resultado das eleições, possivelmente fraudulentas, se revoltaram, tendo como líder o marechal Hermes da Fonseca, que já havia sido presidente do Brasil (1910-1914). Houve luta armada em algumas regiões do país, além da capital Rio de Janeiro. Muitos foram presos (inclusive o marechal Hermes), alguns morreram. O Brasil parou para assistir os jovens tenentes do episódio “Os 18 do Forte” marcharem onde hoje é a avenida Atlântica, em Copacabana, para lutar, em 05 de julho de 1922, contra as tropas do governo, pela liberdade do Brasil e a favor do povo oprimido. Não conseguiram em 1922, mas a chama da liberdade se manteve acesa até 1930, quando, junto com Getúlio Vargas, os mesmos “tenentes” e civis assumiram o poder no Brasil, e o presidente Washington Luís foi deposto, 21 dias antes do término do seu mandato. A revolução venceu. Do que a história ensina, os fatos graves na evolução da sociedade, na sua maioria, são resolvidos através de reações duras contra o opressor, seja na política, seja na área militar. As tais “reuniões de 1922” ocorreram quando a liberdade do povo corria perigo. CHEGOU A HORA?

*Por Elias do Brasil

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