O inquérito da Polícia Federal (PF) aberto para apurar se o presidente Jair Bolsonaro cometeu o crime de prevaricação diante de denúncias de corrupção na compra de doses da vacina indiana Covaxin será conduzido pelo delegado William Tito Schuman Marinho, de 44 anos. Há 19 na corporação, ele tem atuação nas áreas de inteligência e de repressão ao crime organizado.
No fim de 2015, o delegado foi cedido da Superintendência de São Paulo para a Operação Lava Jato, no Paraná. Em 2017, integrou a equipe da Operação Carne Fraca, que apurou esquema de fraudes no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e irregularidades supostamente praticadas por frigoríficos – sempre sem aparecer na linha de frente das entrevistas coletivas
Tito tem uma veia filosófica. Imediatamente após terminar o curso de Direito, em 2000, emendou uma graduação em Filosofia, na USP, como registra seu currículo.
Mais recentemente, em 2013, o delegado concluiu um mestrado nesta área, com pesquisas sobre John Rawls, um importante filósofo do século XX que desenvolveu teorias sobre justiça, bem-estar social e democracia.
O inquérito que apura a suposta prevaricação de Bolsonaro foi instaurado por determinação da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF). O caso foi levado ao STF depois do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão dele, Luís Ricardo Fernandes Miranda, chefe da Divisão de Importação do Ministério da Saúde.
Eles relataram em depoimento à CPI da Covid, que apresentaram ao presidente Jair Bolsonaro denúncias de irregularidades no contrato de compra da vacina indiana Covaxin. Segundo or irmãos, na ocasião Bolsonaro teria classificado os relatos como “graves” e dito que pediria providências à PF. Em 24 de junho, quase três meses depois, não havia inquérito aberto na PF para apurar o caso. Outro inquérito, para apurar a denúncia dos irmãos Miranda, foi instaurado em 30 de junho.
Fonte: Estadão Conteúdo