De acordo com Tratamento de Resíduos Eletroeletrônicos (TRE), o Brasil é o líder na América Latina na produção de resíduo eletrônico, apresentando 1,5 toneladas de lixo e apenas 3% desse lixo é coletado de maneira adequada.
O lixo eletrônico é produzido por materiais de origem orgânica, como por exemplo, cobre, alumínio, metais pesados (mercúrio, cádmio, berílio e chumbo). Eles podem comprometer o meio ambiente visto que são compostos por elementos muito poluentes os quais são absorvidos pelo solo e pelos lençóis freáticos comprometendo o equilíbrio ecológico. O contato com esses produtos pode acarretar em diversas doenças para os animais e os seres humanos.
Estima-se que, até 2050, o mundo produzirá cerca de 120 milhões de toneladas de lixo eletrônico. Ao calcular, anualmente, o valor da produção de lixo eletrônico global o resultado já supera a casa dos US$ 62,5 bilhões, o que corresponde mais que o PIB de vários países, conforme relatório divulgado pela Plataforma para Aceleração da Economia Circular (Pace) e pela Coalizão das Nações Unidas sobre Lixo Eletrônico.
Descarte Correto
O Descarte Correto é uma empresa e instituto que atua há 10 anos em Manaus e trabalha com a coleta e transformação de lixo eletrônico. O fundador do projeto Alessandro Dinelli afirma que o trabalho da descarte correto vai ao encontro de todo produto eletrônico, pequenos e médios eletrodomésticos que precisam ter um descarte adequado, principalmente no pós-consumo para as empresas, residências e governos.
“Até o tempo de vida útil desses produtos eles vão ficando obsoletos ou não mais com serventia para as atividades, e chega um momento que esse tempo de vida não serve mais para a pessoa e precisa ser o descarte. E nessa hora que entra o nosso serviço seja descartando direto no galpão, nos pontos de coleta ou até mesmo a gente fazendo a coleta principalmente nas empresas dependendo da quantidade de material. Após a entrada desse material no nosso galpão fazemos uma triagem, classificação e descaracterização do material (pela questão de controle de patrimônio), para podermos fazer internamente o reuso e gerar programas de impacto socioambiental ou matéria prima para novamente voltar para os ciclos produtivos das indústrias”, contou.
Segundo o fundador Alessandro Dinelli o Descarte Correto recolhe por ano em média 300 toneladas de lixo eletrônico no Amazonas, incluindo também os estados de Roraima, Amapá, Pará e Maranhão onde o projeto já alcança desde o ano passado.
Reaproveitamento
O processo de transformação desse tipo de material acaba sendo demorado e delicado. Dos lixos eletrônicos recebidos no galpão do Descarte Correto são separados esses processos em três focos, primeiro em transformar em programas de impactos socioambientais (programa focado com centro de inclusão digital nas comunidades remotas, indígenas, ribeirinhas, rural e urbanas para cursos de informática) e também um programa interativo com cursos profissionalizantes.
“É um modelo mais social através do instituto, pois temos a empresa e o instituto Descarte Correto, então geramos esse impacto social na recuperação de computadores para levar para as comunidades essa oportunidade de educação, inclusão e qualificação profissional”, destacou.
“O outro processo é focado também nos pilares da economia secular, é a questão do reuso para transformar em produtos funcionais e com valores acessíveis, que é o nosso programa recommerce (conceito de recomece), a gente recupera também para esse programa de impacto socioambiental grande. Em 2020 tivemos o nosso ‘boom’ nesse programa por conta da pandemia, as pessoas tiveram que comprar equipamentos para trabalhar e estudar em casa, e fomos referências em produtos com garantia baratos e acessíveis”, comentou.
‘A terceira transformação faz com que os produtos voltem a ser matérias primas para novos ciclos produtivos, a famosa situação das fábricas reversas (que desfabrica), é separado os materiais classificados alguns sofre um processamento interno nosso, tipo o plástico, metais, placa e os outros juntamos em lote ou em toneladas para vender para as empresas que vão reciclar ou reaproveitar em novos ciclos produtivos”, destacou.
Pontos de Descarte
Para você que tem lixo eletrônico e não sabe como fazer o descarte correto desses materiais, a Secretaria Municipal de Limpeza Pública (SEMULSP), possui uma lista com 28 locais de descartes. Outros pontos:
- Galpão da Descarte Correto – Rua carbonita, n°1, parque dez.
- Bairro Dom Pedro, zona centro-oeste de Manaus.
- Lagoa do Japiim, no bairro Japiim, zona sul de Manaus.
- Parque dos Bilhares e Parque do Mindu, ambos na zona centro-sul de Manaus.
Os pontos funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Já os pontos do Dom Pedro, Lagoa do Japiim e Bilhares também funcionam aos sábados. A Descarte Correto só não recebe pilha, lâmpadas e geladeiras os demais materiais, sim.
Museu Tecnológico
O instituto Descarte Correto passou por uma situação inusitada na fundação do projeto: o fundador do projeto, Alessandro Dinelli, recebeu de uma senhora com um HD grande de modelo antigo, com aproximadamente 40 anos de vida, diferente de hoje que os modelos são bem menores, para montar um museu de tecnologia. Até hoje o HD está guardado no instituto, entre os anos de 2019 e 2020 a Descarte Correto teve a oportunidade de montar uma vitrine tecnológica no shopping Via Norte, que chamava muita atenção dos frequentadores. Devido a pandemia ainda não foi possível a construção do Museu Tecnológico, mas é um projeto que seu Alessandro pretende realizar.
Exemplos de lixo eletrônico
- Computadores
- Tablets
- Monitores
- Teclados
- Impressoras
- Câmeras Fotográficas
- Aparelhos de Som
- Lâmpadas Eletrônicas
- Televisores
- Geladeira
- Fogão
- Micro-ondas
- Rádios
- Telefones
- Celulares
- Carregadores
- Baterias
- Pilhas
- Fios