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OPINIÃO

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PATAS PALMEADAS

As enchentes no Rio Grande do Sul iniciaram ao final de abril de 2024. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) deu os primeiros alertas nos dias 26 e 27 de abril. As enchentes deixaram aproximadamente 581 mil pessoas desalojadas e quase 66 mil em abrigos, resultando em 163 mortes. Até hoje, dia 24 de maio de 2024, o povo gaúcho ainda sofre com as consequências das enchentes. O clima ainda não melhorou e as tempestades ainda ameaçam, poderosas. Nos Estados Unidos, o furacão Katrina, ocorrido em 28 de agosto de 2005, no Sul dos Estados Unidos também foi catastrófico e os danos se assemelham ao ocorrido no Sul do Brasil. O Katrina passou pelo sul da Flórida causando 1.836 mortes. Os efeitos na economia forçaram o governo Bush a solicitar 105 bilhões de dólares (aproximadamente 550 bilhões de reais) para reparos e reconstrução da região afetada. Dados sobre mortes e prejuízos, lá e cá, todos são chocantes. E os gaúchos com a água no pescoço? O ser humano, esse que chora e grita, lamenta e sofre? Se Deus, através da natureza, os castiga sabe-se lá por que, quem salvará o povo gaúcho? Deus mandou seus anjos, pois Ele não abandona os seus. O vizinho do lado, os que sobraram nas cidades, os das cidades vizinhas, os de longe, os de todas as partes do Brasil. Os Voluntários. Sim, os Voluntários que já iniciaram os seus trabalhos nos primeiros minutos da catástrofe e continuam até hoje, sem parar, dia e noite, a estender as mãos e a oferecer o corpo para salvar o gaúcho aflito, os animais indefesos e toda sorte de ser vivo largado pelas tempestades ao longo do lindíssimo território gaúcho. De repente, alguém dá a mão e puxa um náufrago da correnteza violenta, ou uma motonáutica passa nas águas lodosas carregando alguém ou trazendo víveres onde nem se imagina existir pessoas e animais. Tudo o que é possível utilizar para salvar é usado pelos Voluntários, os de ocasião, e os profissionais das Forças Municipais, Estaduais e Federais. Chegaram primeiro os Voluntários mais próximos, depois, como uma onda do bem, os de todos os rincões do país, sem medo do aluvião tenebroso. Salvar vidas. As inúmeras imagens que circularam e circulam na Internet mostraram e mostram os chocantes cenários onde homens e mulheres, profissionais de todas as especialidades, enfrentam as chuvas e os alagamentos, salvando vidas, ajudando desabrigados e transportando víveres. Não há raiva nos seus rostos. Não poderia, pois salvar vidas é mais que caridade, é piedade e não existe piedade num coração mau. Somente as pessoas de bem, não importa a religião ou credo, conseguem atingir a bondade no seu maior grau: arriscar a própria vida para salvar outra vida. Pelo Brasil, uma onda de caridade toma conta da maioria das pessoas e instituições civis: doações em dinheiro para contas seguras, doações de alimentos, vestuário e mobiliário são organizadas e remetidas ao Sul. As estradas e rodovias de todo o país se tornaram veias e artérias que levaram e levam o “sangue” salvador ao grave ferimento da nossa “pátria amada, Brasil”. Das batalhas centenárias que o povo gaúcho, de espada em punho, teve que combater, talvez essa, seja a maior de todas, pois até os seus canhões ficaram debaixo da água ou sob escombros. Pelas estradas destruídas, somente o parceiro inseparável, o cavalo crioulo, mesmo o bagual ou o potrilho, ou até o pingo velho, somente eles carregaram e carregam seus donos e suas cargas para um lugar seguro. Eles e os Voluntários. Quando se olha um pato numa lagoa, mesmo com águas revoltas, a impressão é que há calmaria no semblante, pois ele reflete paz e confiança. Porém, abaixo do nível da água, lá onde ninguém vê, as patas palmeadas se movimentam incansavelmente, aceleradas, vigorosas, no limite da dor e da resistência. Assim são os Voluntários. Seus rostos passam confiança e fé aos desabrigados. Seus corpos passam vigor e resistência descomunal. Porém, seus corações já estão no limite, suas energias no ponto de acabar. Deixaram para trás as suas famílias, empregos, tarefas e o seu tempo precioso. Muitos estão tendo prejuízos financeiros, também, além de outras inumeráveis obrigações e deveres que terão que esperar o seu retorno. Porém, não se vê, neles, as PATAS PALMEADAS (…)
Elias Do Brasil

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