O contrato mais líquido do ouro fechou em baixa nesta segunda-feira, 19, apesar dos sinais de cautela no mercado, que tendem a impulsionar o metal. No entanto, há a percepção de que a venda generalizada durante a sessão também afetou o ouro. Por sua vez, no atual cenário, a perspectiva é de que a commodity volte a se valorizar em um futuro próximo. A alta do dólar ante os pares durante a sessão pressionou o metal, uma vez que, cotado na moeda americana, ele se torna mais caro para detentores de outras divisas.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange, o ouro com entrega prevista para agosto encerrou a sessão com queda de 0,32%, a US$ 1.809,20 a onça-troy.
Com os juros dos Treasuries em queda hoje, seguindo o cenário de cautela do mercado, Edward Moya, analista da OANDA, aponta que normalmente, o movimento “é uma ótima notícia para o ouro”, mas que “uma ampla venda em Wall Street fez com que alguns investidores lutassem por dinheiro”. Ou seja, houve venda de contratos de ouro para compensar perdas em outros mercados.
No entanto, se a onda de vendas se acelerar em Wall Street, “o ouro acabará atraindo fluxos de portos seguros”, avalia Moya. O argumento de alta para o ouro inclui o aumento dos déficits dos Estados Unidos, uma intensificação do debate sobre a inflação e a incerteza econômica para muitos países em desenvolvimento, segundo o analista.
O ouro tem forte resistência no nível de US$ 1.835 a onça-troy, mas se isso puder ser rompido no início desta semana, a compra técnica poderia facilmente apoiar uma alta para US$ 1.850 e potencialmente o nível de US$1.880, projeta Moya.
*Estadão Conteúdo