O restauro da estátua de Tenreiro Aranha, primeiro presidente da província do Amazonas, vem gerando críticas de especialistas e da população em Manaus. Isso porque, a escultura, que é de bronze, foi pintada de dourado durante as obras de revitalização da Praça 5 de Setembro, conhecida como Praça da Saudade, no Centro da capital, onde o monumento fica localizado.
As obras de revitalização foram conduzidas pela Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp). O g1 chegou a questionar a pasta sobre o processo de restauro da escultura, mas até o momento não obteve nenhuma resposta por parte do órgão.
Para o historiador Fábio Augusto, o restauro foi, no mínimo, desastroso. Segundo ele, era necessário um estudo técnico para que a escultura – considerada uma das mais importantes do estado – passasse pelo procedimento.
“Não se pinta bronze, ainda mais com uma cor dourada berrante. A pátina, composto químico que se forma sobre o bronze e que é responsável por esse aspecto de envelhecimento, foi retirada. A obra é uma das mais importantes da cidade, confeccionada pelo escultor italiano Enrico Quattrini, para homenagear o primeiro presidente da província do Amazonas e um dos mais fervorosos defensores da sua criação”, falou.
Ainda segundo Augusto, não é a primeira vez que “intervenções” desse tipo ocorrem e, posteriormente, demonstram que o trabalho foi feito sem nenhum aval de especialistas.
“Essa obra, como todo o Centro, deveria ter recebido um tratamento técnico com aval de especialistas, seja historiadores, restauradores e arquitetos. Mas, infelizmente, isso não ocorreu e não é a primeira vez que isso acontece. Já tivemos algumas intervenções no Centro que foram totalmente desastrosas e que, posteriormente, soube-se que não foram feitas com aval de órgãos responsáveis pelo patrimônio histórico”, pontuou.
Nas redes sociais, a população também criticou o restauro da estátua. Em uma página que reúne fotos antigas da capital, seguidores questionaram a anuência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional diante da situação.
Houve quem também chegou a marcar o prefeito da capital, David Almeida, para saber o que aconteceu no processo de revitalização do espaço e pediu respeito com a história da capital.
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