Ansiedade é um sentimento de extrema aflição, medo e preocupação. É uma
maneira do corpo e da mente reagirem a uma situação considerada intimidadora, sendo que esta pode ser literalmente qualquer coisa.
Mas antes mesmo de ser uma inimiga das grandes, a ansiedade também pode ser
considerada um mecanismo de defesa e adaptação do nosso organismo. É ela quem nos ajuda a nos preparamos para lidar com o que para muitos de nós, são considerados desafios como; uma entrevista de emprego ou uma prova difícil, é ela quem prepara nosso corpo para bater ou correr diante de uma situação ameaçadora, e a depender da situação, nos salva de algo realmente ruim.
Quando estamos numa “crise” de ansiedade, nosso corpo emite sinais físicos:
• tensão muscular: eventualmente causa dor em diversas partes do corpo, além
de ser inconveniente e, em determinados casos, incapacitante. O uso
demasiado de relaxantes musculares é comum e pode levar à dependência;
• o corpo em estado de excitação: o nosso corpo se prepara para lidar com o
causador da apreensão demasiada. Para enfrentar o aparente perigo, nossos
membros se preparam para agir, resultando em uma sensação de tremor ou
espasmo;
• a respiração fica curta e ofegante: a falta de ar aparece em situações
consideradas aterrorizantes para a pessoa ansiosa. Quando respiramos
normalmente, por ser uma função automática do organismo, nem nos damos
conta disso. Quando ansiosos, o nosso padrão respiratório se torna difícil;
• o coração dispara: as palpitações surgem de repente ou em situações
estressantes. A pessoa, preocupada, corre para um cardiologista para
investigar a causa das batidas aceleradas;
• as mãos suam: o suor é parte da resposta de “correr ou bater” do organismo.
Está diretamente relacionado aos níveis de adrenalina no corpo. Como a
ansiedade mantém o corpo em estado de alerta constante, é comum suar de
forma exagerada;
São uma série de outras reações que fazem a gente querer “fugir”, e aprender a
identificar se a ameaça é imaginária, nos ajuda a seguir com nossa vida de forma mais adaptada. Importante que não se confunda a ansiedade com medo, pois o medo é uma resposta à uma situação de perigo real. Quando esse medo é sufocado ou não – elaborado adequadamente, ele volta em forma de ansiedade.
Existem algumas estratégias para os momentos de crise de ansiedade:
• respirar de forma consciente que consiste em inspirar lenta e profundamente,
enchendo os pulmões de ar e prendendo a respiração por uns segundos,
expirando como se soprasse uma vela;
• questionar seus pensamentos: quais evidências concretas existem para esse
pensamento? Se fosse um amigo tendo esse tipo de pensamento, o que você
falaria para ele?
• redirecionar sua atenção: distraia a atenção do pensamento preocupante,
inicie uma conversa com alguém sobre algum assunto relevante. Treine
quando não estiver em crise.
• usar seus 5 sentidos: descreva o ambiente em que você se encontra, perceba
o gosto em sua boca, toque em algo e sinta a textura, descreva tudo
mentalmente;
• e exercícios físicos: aliviam os sintomas, liberam hormônios de relaxamento e
desviam a atenção da preocupação.
O ponto de atenção é quando você passa a evitar situações, lugares ou objetos
por medo de suas reações físicas, por medo de ser julgado ou fracassar. Caso isso venha ocorrendo na sua vida, interferindo na sua rotina, fique atento e busque ajuda
profissional o quanto antes. Ansiedade tem tratamento e antes que se torne algo pior como um ataque pânico, o acompanhamento adequado e especializado pode te ajudar. Se informe, fale sobre sua ansiedade com seus amigos e familiares, desenvolva o autoconhecimento, faça psicoterapia, foque em você e se cobre menos. Vai ficar tudo bem.
Danielle Loureiro
Psicóloga
CRP 20/02328