Sinais de ocupação humana são achados em tubos de lava na Arábia Saudita

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Pesquisadores descobriram sinais de ocupação humana em uma caverna de tubo de lava na Arábia Saudita. A descoberta, que é inédita no país do Oriente Médio, foi registrada na quarta-feira (17) na revista Plus One.

Os achados ocorreram em uma caverna denominada Umm Jirsan, no norte da Arábia Saudita. Os pesquisadores acharam por lá evidências de humanos datadas desde o período Neolítico até a Idade do Bronze, o que equivale a 10 mil a 3,5 mil anos atrás.

O Centro Australiano de Pesquisa para a Evolução Humana (ARCHE) da Universidade Griffith liderou as investigações em conjunto com parceiros internacionais. A equipe explorou ambientes subterrâneos, incluindo cavernas e tubos de lava na Árabia Saudita, que são reservatórios de abundância arqueológica pouco explorados no país.

As escavações são importantes, pois podem remodelar a compreensão da herança cultural regional. “Nossas descobertas em Umm Jirsan fornecem um raro vislumbre da vida dos povos antigos na Arábia, revelando fases repetidas da ocupação humana e lançando luz sobre as atividades pastoris que outrora prosperaram nesta paisagem”, disse Mathew Stewart, pesquisador do ARCHE, em comunicado.

Os pesquisadores descobriram evidências sobre a evolução humana. Elas fornecem novos deslumbres sobre o desenvolvimento histórico das populações da região, assim como acerca da dinâmica de mudança cultural, migração e adaptação às transformações ambientais.

“Este local provavelmente serviu como um ponto de passagem crucial ao longo das rotas pastorais, ligando oásis importantes e facilitando o intercâmbio cultural e o comércio”, relata Stewart.

Entre os achados na caverna, estão desenhos de arte rupestre e registros da fauna que constatam o uso pastoral do tubo de lava, como também das áreas circundantes. As pinturas remontam modos de vida antigos, com representações de bovinos, ovinos, caprinos e cães.

Esses registros corroboram práticas pecuárias pré-históricas e a composição do rebanho na região. A análise isotópica (elementos químicos) de restos de animais indica que o gado pastava em gramíneas e arbustos.

Os humanos mantinham uma dieta rica em proteínas, com um consumo notável de plantas como feijão e soja, sugerindo o surgimento da agricultura de oásis. “Embora as localidades subterrâneas sejam globalmente significativas na arqueologia e na ciência quaternária, nossa pesquisa representa o primeiro estudo abrangente desse tipo na Arábia Saudita”, relata o professor Michael Petraglia, diretor do ARCHE.

As pesquisas em Umm Jirsin reiteram a importância de estudos colaborativos e multidisciplinares para descobertas arqueológicas. Além disso, destacam a relevância do patrimônio arqueológico da Arábia em um cenário global. “Estas descobertas sublinham o imenso potencial para investigações interdisciplinares em cavernas e tubos de lava, oferecendo uma janela única para o passado antigo da Arábia”, finaliza Petraglia.

Fonte: Revista Galileu/Foto: Stewart et al., 2024, PLOS ONE, CC-BY 4.0

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