Talibã proíbe que voz feminina seja ouvida entre mulheres

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Um novo decreto do Talibã proíbe que as vozes das mulheres sejam ouvidas entre outras mulheres.

Khalid Hanafi, o ministro da virtude do Talibã, disse que era proibido que mulheres adultas permitissem que suas vozes fossem ouvidas entre pessoas do sexo feminino, em mais uma capítulo das restrições à vida das mulheres no Afeganistão.

Ele enfatizou que elas não devem realizar uma oração islâmica ou recitar o Alcorão, o livro sagrado do Islã.

O regime fundamentalista islâmico, que voltou ao poder no Afeganistão depois que as tropas dos EUA deixaram o país asiático, em agosto de 2021, também proibiu que profissionais de saúde se encontrem com os companheiros homens das suas pacientes.

Em agosto, leis introduzidas pelo Talibã incluíam a proibição de mulheres lerem ou cantarem em público. Elas também devem cobrir o rosto e o corpo o tempo todo em público, e usar apenas roupas largas para evitar causar tentação em outras pessoas e não olhar para homens de quem não sejam parentes ou esposas, contou reportagem do “Metro”.

Os homens, por sua vez, também são proibidos de olhar para mulheres.

“Trabalho em clínicas em áreas remotas há oito anos, mas nestes últimos dois meses, a supervisão do Talibã se intensificou. Eles nem nos permitem falar nos postos de controle quando vamos trabalhar. E, nas clínicas, somos instruídas a não discutir questões médicas com parentes homens”, afirmou Samira, uma parteira em Herat.

Até três anos atrás, afegãs cursavam escolas e universidades, lecionavam e trabalhavam nas mais variadas profissões, sendo juízas, advogadas, médicas e engenheiras, em Cabul e outras cidades do país.

Ativistas dos direitos das mulheres afegãs disseram que as políticas misóginas estão restringindo sua capacidade de se movimentar, trabalhar e até mesmo falar livremente.

“Como as mulheres que são as únicas provedoras de suas famílias devem comprar pão, procurar assistência médica ou simplesmente existir se até mesmo suas vozes são proibidas?”, reclamou uma ativista. “Essas ordens imobilizam as mulheres e tornaram a vida exaustiva para todos nós”, acrescentou.

Fonte: Extra/Foto: AFP

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