Um transplante entre duas irmãs por parte de mãe salvou a vida de Sabrina Cordeiro, de 40 anos, internada no Hospital Ophir Loyola, em Belém. A história emocionante foi divulgada na quinta-feira (8).
O amor entre elas rompeu o laço sentimental e se tornou físico, graças ao procedimento, realizado há cerca de 15 dias. O transplante só foi possível graças à compatibilidade de órgãos e o atendimento especializado da unidade de saúde.
Com dores na coluna e dificuldades de urinar, a funcionária pública, Sabrina, recebeu há quatro anos o diagnóstico de que os dois rins estavam parando, por conta da doença renal crônica. De imediato, a paciente iniciou uma bateria de exames e chegou a perder 30 quilos em três meses.
A doença ocorre quando os rins param de filtrar e a função está abaixo de 10 ml/minuto. Segundo informações do O paciente precisa passar por tratamentos como diálise, hemodiálise ou diálise peritoneal, mas somente o transplante renal é capaz de proporcionar qualidade próxima ao ideal.
“O médico me informou que eu precisava fazer com urgência a hemodiálise até conseguir um transplante. Foi um baque na minha família. A minha preocupação era com as minhas filhas. Cuidava para não transmitir o que estava acontecendo comigo para elas. Foi um período muito difícil, de muitas incertezas”, contou a paraense.
Enquanto o tratamento paliativo era iniciado, a equipe também fazia testes para possíveis doadores. Assim que soube do diagnóstico da irmã, a servidora pública Patrícia Cordeiro, de 53 anos, se candidatou para ser doadora. A decisão veio breve, após testes realizados pela equipe médica do hospital.
“Quando a Sabrina relatou que tinha apenas 13% das funções renais, ou seja, que os órgãos dela estavam falindo, nós ficamos muito apavorados. Eu fiquei muito feliz por ser compatível. O nosso índice de compatibilidade era altíssimo, embora a gente só seja irmã por parte de mãe”, relatou a doadora.
Apesar de terem sido confirmadas compatíveis logo no início do diagnóstico de Sabrina, só em outubro de 2022 os médicos liberaram a cirurgia, já que é preciso um momento oportuno do tratamento para que o procedimento seja realizado.
Segundo profissionais do HOL, o doador vivo passa por avaliação prévia, por meio de 40 exames, e após a cirurgia também é feito o acompanhamento da função renal. É verificada a possibilidade do aumento de pressão arterial e da perda de proteína — caso mais raro.
“Simples, não foi. Para mim foi uma catarse, na verdade. Foi um turbilhão de muitos sentimentos, de muitas emoções, em todos os aspectos. Mas tive muito apoio da família, dos amigos. É um gesto de amor incondicional. A minha maior mensagem é: doe em vida, se puder e tiver coragem. Ou avise sua família sobre sua intenção de doar em caso de falecimento, porque a vida é um sopro, e você pode ajudar uma ou várias vidas”, completou.
*G1