O empresário Durango Duarte tem gerado polêmica nas redes sociais após o vazamento de áudios em que ele ameaça acabar com uma reunião convocada pelo presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), desembargador João Simões. A reunião, marcada para o dia 17 de julho, às 15h, no plenário do tribunal, visa discutir a integridade do processo e das pesquisas eleitorais com diversos institutos de pesquisa.
Nos áudios, Duarte não poupa palavras duras ao criticar a iniciativa do TRE-AM. “Orienta teu presidente a não fazer o que ele vai fazer no próximo dia 17 às 15h30. Vocês vão levar o tribunal ao ridículo e eu para a reunião e vou desmascarar tudo. Ele está abrindo espaço para as empresas fraudadoras para fazer uma audiência? Vocês vão ser enrabados. Eu vou cancelar a minha viagem para São Paulo para ir nessa reunião e vou desmoralizar todo mundo”, afirmou o empresário em áudio enviado ao jornalista Claudio Barbosa.
Essa convocação do TRE-AM ocorre em um momento delicado, onde a credibilidade das pesquisas eleitorais está sob ataque. A integridade do processo eleitoral é uma preocupação constante, especialmente em tempos de desconfiança e polarização política. No entanto, a postura agressiva e ameaçadora de Duarte levanta questionamentos sobre suas reais intenções.
“Eu vou fazer um vídeo e dizer o nome do presidente do Tribunal Regional Eleitoral que ele está ‘criando um cenário para favorecer os fraudadores’”, declarou Durango em um dos áudios. Essa ameaça explícita de expor publicamente o desembargador João Simões coloca em xeque a seriedade e a imparcialidade do empresário em relação ao tema.
Além disso, Duarte continuou a lançar acusações graves. “Eu vou destruir essa reunião. Eu vou denunciar, vou mostrar provas. Não faça a reunião. O desembargador João Simões vai passar vergonha ele vai ter que cortar minha palavra na reunião e vou denunciá-lo por abuso de autoridade e compactação com intuitos fraudulentos”, disse ele, sugerindo que tem evidências de irregularidades e que pretende usá-las para desacreditar a reunião e seus participantes.
O tom agressivo e ameaçador de Durango Duarte pode ser visto como uma tentativa de intimidar o TRE-AM e seus membros, questionando a integridade das pesquisas eleitorais e da própria instituição. A reunião do dia 17 de julho, que deveria ser um espaço para discussão e transparência, agora está envolta em controvérsias e incertezas.
Após repercussão negativa do áudio nas redes sociais Durango Duarte emitiu uma nota pedindo desculpas ao desembargador João Simões. “Em nenhum momento tive a intenção de ameaçar ou desrespeitar o presidente do Tribunal”, disse.
Leia nota compoleta:
Gostaria de me dirigir ao presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas, desembargador João Simões, para expressar minhas sinceras desculpas pelas palavras ditas em uma conversa privada com o jornalista Claudio Barbosa, que infelizmente vazou para terceiros. Em nenhum momento tive a intenção de ameaçar ou desrespeitar o presidente do Tribunal.
Na ocasião da conversa, estava profundamente indignado com o fato de que uma reunião havia sido marcada com um grupo de institutos de pesquisas cujos resultados apresentavam inconsistências, que, de fato, estão sendo provadas na Justiça. No entanto, após refletir sobre o ocorrido e receber mais informações, compreendi que o desembargador João Simões agiu de forma louvável e democrática ao abrir a reunião para todos os entes envolvidos, incluindo juízes eleitorais, partidos políticos e a imprensa.
Minha indignação momentânea não reflete meu respeito e apreço pelo trabalho e pela conduta do presidente do Tribunal Eleitoral do Amazonas. Entendo agora que a intenção da reunião era promover um diálogo aberto e transparente, buscando soluções para as questões apresentadas.
Reitero minhas desculpas ao presidente João Simões e a todos os envolvidos pelo tom inadequado das minhas palavras ditas no calor do momento. Elogio a postura do presidente por fomentar um ambiente democrático e participativo, essencial para o fortalecimento da nossa Justiça Eleitoral.
Durango Duarte
Foto: Reprodução/ *AM Post