“Porque a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro. Acossados pela cobiça, alguns se desviaram da fé e se enredaram em muitas aflições” (1Timóteo 6:10). Em outubro de 2021 foram apreendidas pela Polícia Federal um conjunto de joias com um assessor de um Ministro de Bolsonaro que fazia parte de uma comitiva presidencial em visita oficial à Arabia Saudita. Avaliada em 5,1 milhões de reais, essas joias foram dadas de presente à esposa do presidente pelo governo da Arabia Saudita. O assessor tentou entrar com as joias no Brasil, no aeroporto de Guarulhos, sem declará-las à Receita Federal, o que é ilegal (BBC/News Brasil). Outra notícia da BBC/News dá conta que a Polícia Federal investiga a utilização da estrutura do Estado para desviar bens de alto valor, entregues de presente em missões diplomáticas de brasileiros no exterior. Eles teriam vendido (ou tentado vender) alguns desses itens no exterior – e o dinheiro arrecadado entregue ao ex-presidente Bolsonaro. Há uma possibilidade legal, quando tais presentes são considerados “personalíssimos”, conforme a Portaria número 59, de 8 de novembro de 2018, do governo de Michel Temer, que permitiria incluir joias, semijoias e bijuterias como presentes personalíssimos. Mas, o ato administrativo foi revogado em 2021 pelo próprio governo Bolsonaro. Talvez, uma venda legal, mas seria antiético? Recentemente, quando o ex-presidente Bolsonaro recebeu uma multa milionária por uma condenação judicial, houve uma comoção nacional e boa parte do povo correu às contas pessoais e transferiu doações, via PIX, para a conta do Bolsonaro, com a finalidade de ajudar o ex-presidente a pagar um valor que teria dificuldades em pagar com os seus próprios ganhos. Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) mostra que o ex-presidente Bolsonaro recebeu 17,2 milhões de reais por meio de PIX, de janeiro a julho de 2023 (O Globo). Em Hebreus 13:5, é dito: “(…)Contentai-vos com o que tendes, pois Deus mesmo disse: Não te deixarei nem desempararei (Deut 31:6)”. Será que o apoio em doações, via PIX, foi uma grande ajuda de Deus ao ex-presidente, por intermédio do povo? O que mais Deus precisa fazer para que os incrédulos e fracos acreditem Nele e parem de pecar? Davi não era um expoente e nem Moisés era um grande guerreiro. Deus os transformou no que foram. Pois, Deus transforma os fracos em fortes de acordo com a sua vontade. Quem é o grande líder hoje no país? Da sua própria boca já saiu inúmeras vezes a afirmação “Deus acima de todos”. E agora, ele pecou? Em 390 a.C., Breno, o general Gaulês, com o seu exército, atacou Roma, capturando a cidade, à exceção de Monte Capitolino. Breno fez um cerco ao local e os romanos pediram para pagar pelo resgate da cidade. O preço estabelecido pelo general gaulês foi 329 Kg de ouro (1.000 libras). No momento de pesar o ouro nas balanças e pesos dos próprios gauleses, os romanos reclamaram de manipulação das medidas dos pesos, favorecendo os gauleses. Breno, então, pegou a sua pesada espada e jogou junto aos pesos, aumentando a quantidade de ouro a ser paga pelos romanos e declarou: “Vae victis!” (Ái dos vencidos!). Em outras palavras, contra os tiranos não há justiça, mas somente a lei deles. Boa parte dos patriotas deseja que o grande líder escolhido por Deus escape, como ocorreu com os romanos diante de Breno, e pague o resgate a Deus pelos prováveis pecados cometidos. O preço dos vencedores de hoje é mais alto que o ouro dos romanos. Uma facada já estabeleceu quais os pesos e qual balança poderá ser usada agora, nesse momento que há um cerco quase fatal ao grande líder e aos seus. Porém, a espada de Deus será atirada ao “prato” da balança que tem o peso padrão, aumentando o castigo, ou sobre o “prato” que perdoa o grande líder da Nação? VAE VICTUS!
Por: Elias do Brasil / escritor e historiador, membro do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil (IGHMB) e articulista.