O Copom (Comitê de Política Monetária), do BC (Banco Central), se reúne nesta terça (1º) e quarta-feira (2) para definir a nova taxa básica de juros. Com a Selic a 13,75% ao ano desde agosto de 2022, todas as expectativas são de que o encontro termine com o início do ciclo de corte.
Será a primeira vez que Gabriel Galípolo, novo diretor de Política Monetária do BC, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, participará da decisão, ao lado do presidente da instituição, Roberto Campos Neto.
Com o primeiro corte em um ano já precificado pelo mercado financeiro, o governo agora pressiona para que a taxa Selic seja reduzida em 0,5 ponto percentual, para 13,25% ao ano, não em apenas 0,25 ponto percentual, como estima uma parte dos analistas.
A prévia da inflação, divulgada na última terça-feira (25), perdeu força e recuou 0,07%, acumulando alta de 3,19% nos últimos 12 meses, resultado abaixo do centro da meta preestabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto (de 1,75% para 4,75%).
Ao manter os juros elevados, o BC faz uso de seu principal instrumento de política monetária para reduzir a inflação. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento.

ARTE: R7
A expectativa para a taxa Selic no fim deste ano no Boletim Focus é de 12%. Há um mês, a estimativa era de 12,25%.
Na ata do Copom de junho, o BC afiançou que a maioria do colegiado já vê condições para uma queda de juros na próxima reunião, em agosto, se o processo desinflacionário e de reancoragem de expectativas continuar.
Em entrevista coletiva após o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho, Roberto Campos Neto disse que o comunicado, na avaliação do colegiado, já tinha deixado essa “porta aberta”, apesar de o texto não ter trazido sinalização clara sobre o assunto.
*R7/FOTO: RAFAEL MAGALHÃES/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO-26/06/2023