Bia Haddad e Luisa Stefani vão ser a dupla olímpica de Paris; e essa nem é a melhor notícia

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Beatriz Haddad Maia e Luisa Stefani vão jogar juntas o torneio de duplas nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Essa anúncio, tão esperado pelo torcedor brasileiro, deve ser feito apenas depois que o ranking olímpico fechar, justamente após Roland Garros, em junho. Mas já é uma certeza entre atletas, técnicos e dirigentes.

E somente a expectativa por essa oficialização da dupla Lu-Bia (ou seria “Bilu”?) já é uma grande notícia para o tênis brasileiro. Especialmente para o feminino. Os fãs olímpicos querem ver a dupla Bia e Luisa em quadra pela chance de conquista de mais uma medalha –depois do bronze inédito conquistado por Laura Pigossi e Luisa nos Jogos de Tóquio. Afinal, hoje, apenas Estados Unidos, Austrália, República Tcheca, Japão e Brasil tem duas jogadoras entre as 50 melhores do ranking de duplas: Luisa é a 11ª do mundo e Bia, a 22ª. São apenas 32 duplas no torneio olímpico. Bia e Luisa formarão a parceria brasileira com chance de medalha.

No entanto, a idolatria por elas vai além de listas ou números. Bia e Luisa têm carisma potente como um forehand, consciência social precisa como um saque e executam a função de ídolo com a tranquilidade de um belo voleio. Enfim, elas jogam tão bem dentro quanto fora de quadra. E essa também é a beleza do esporte.

Durante o fim de semana da Billie Jean King Cup (nome melhor para o maior torneio feminino de tênis do mundo não haveria), as boas notícias para Bia, Luisa, Laura, Carol, Ingrid, Naná e companhia não pararam. E (pasmem!) elas perderam o confronto para a Alemanha. Mas como legado vão ficar outras jogadas além de aces, curtinhas, paralelas ou voleios bem executados.

Foram dois dias de Ginásio do Ibirapuera lotado com, segundo a organização, mais de oito mil pessoas nas arquibancadas. Foram muitos minutos de autógrafos, fotos, abraços e beijos que crianças conseguiram ganhar das tenistas após uma derrota (sim, o Brasil perdeu, mas elas ganharam) no saibro paulistano. Foram mulheres inspirando outras mulheres em um esporte que ainda não paga prêmios iguais em todos os torneios, não dá atenção igualitária aos dois gêneros e não vê com equidade homens e mulheres nas quadras. E Billie Jean já falava disso há 50 anos!

Por esse motivo Bia Haddad pegou o microfone e fez um discurso feminista ainda na quadra do Ibirapuera para os fãs que estavam no ginásio após dois dias e muitas horas de tênis. E, minutos depois, abriu e fechou a entrevista coletiva para a imprensa pedindo para que o apoio ao tênis feminino não acabe em um evento de sucesso (apesar da vitória alemã) como este de São Paulo.

– Continuem apoiando o esporte feminino no Brasil. (…) Quando falo (sobre o apoio) é porque ainda sei que vivemos em uma sociedade machista, que é difícil a mulher ser valorizada. A gente acaba tendo que fazer mais para ter a mesma voz, a mesma oportunidade. E eu gosto de usar minha voz para valorizar as mulheres, porque elas merecem – afirmou Bia Haddad.

Roland Garros vai definir quais serão os jogadores e jogadoras que estarão de volta para jogar, ali naquele saibro sagrado, pouco mais de um mês depois nos Jogos Olímpicos. A expectativa dos fãs brasileiros está nas mulheres. Depois de anos e anos esperançosos com Guga Kuerten, Bruno Soares e Marcelo Mello, agora é a vez delas.

– A história (do bronze em Tóquio) foi muito linda. E cativa. As Olimpíadas trazem muito isso, história emocionantes, improváveis, de atletas, e as Olimpíadas trazem isso. É das coisas que mais gosto do esporte olímpico. E a gente conseguir trazer uma história muito especial para o tênis brasileiro é indescritível. Tente a transformar e continuar crescendo. Abriu uma chaminha que agora está pegando fogo – disse Luisa em entrevista ao programa Ça Va Paris, do Sportv.

Chama olímpica acesa pelas mulheres. E graças a elas mesmas. Graças à medalha olímpica inédita de Luisa e Laura Pigossi, que já está classificada para a disputas de simples devido ao ouro no Pan de Santiago. Graças ao desempenho de Bia Haddad, top-15 do mundo nos últimos dois anos. Graças aos títulos, inclusive de Grand Slam, de Luisa Stefani. Fácil entender porque meninas, adolescentes, mulheres amam as tenistas brasileiras. De graça!

Fonte: Globo Esporte/Foto: NSports

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