Em uma escalda autoritária contra a verdade e o livre exercício do jornalismo, o prefeito de Manaus e candidato a reeleição, David Almeida (Avante), pediu na Justiça Eleitoral e obteve decisão favorável que Imediato Online apague 50 matérias postadas em seu site e redes sociais relacionados ao pleito municipal. Entre os conteúdos, está a visita do ex-presidente Jair Bolsonaro à capital amazonense na semana passada.
O pedido de Almeida visava além da remoção de conteúdos a exclusão do veículo de comunicação até 28 de outubro, um dia após o segundo turno das eleições. No entanto, o juiz coordenador da propaganda eleitoral, Gildo Alves, acatou parcialmente.
“A suspensão de páginas na internet é medida extrema, que deve ser adotada apenas em caso de recalcitrância ou descumprimento de determinações judiciais”, destacou o magistrado em seu despacho.
Autointitulado de direita e conservador, David Almeida, mesmo estando alinhado com os senadores lulistas Eduardo Braga (MDB) e Omar Aziz (PSD), e tendo o apoio de partidos de esquerda neste segundo turno, tem tentado atrair parte do eleitorado bolsonarista, que é maioria em Manaus. No entanto, ficará difícil ele explicar esse ato autoritário e antidemocrático de tentar esconder a presença do líder da direita em Manaus, que sabidamente a candidatura de Capitão Alberto Neto (PL).
Silêncio
Em sua decisão, o juiz eleitoral permitiu que o Imediato siga no ar, porém determinou que o portal se abstenha de veicular novos conteúdos críticos a David e sua gestão sob pena de multa de R$ 50 mil por publicação.
“Determinar que a representada se abstenha de veicular novos conteúdos similares, impulsionados ou não, contra o representante, até o dia 28/10/2024, dia seguinte ao segundo turno de eleições, sob pena de multa de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) por publicação, e sob pena de cominação de sanção de suspensão das páginas na internet, assim como nas redes sociais Facebook e Instagram”, diz trecho da decisão.
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