O dólar operava em alta nesta segunda-feira (17/11), em meio à repercussão nos mercados da diminuição das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos sobre diversos produtos agrícolas, anunciada na última sexta-feira (14/11).
No cenário doméstico, os investidores analisam as novas projeções divulgadas pelo Relatório Focus, do Banco Central (BC), sobre indicadores da economia brasileira como inflação e PIB.
Entre os destaques deste início de semana, o mercado também monitora o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Dólar
- Às 12h31, o dólar subia 0,24%, a R$ 5,309.
- Mais cedo, às 11h36, a moeda norte-americana avançava 0,25% e era negociada a R$ 5,31.
- Na cotação máxima do dia até aqui, o dólar bateu R$ 5,315. A mínima é de R$ 5,295.
- Na última sexta-feira, o dólar terminou a sessão em leve queda de 0,02%, cotado a R$ 5,297, praticamente estável.
- Com o resultado, a moeda dos EUA acumula perdas de 1,55% em novembro e de 14,28% frente ao real em 2025.
Ibovespa
- O Ibovespa, o principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), passou a operar próximo da estabilidade.
- Às 12h35, o Ibovespa recuava 0,02%, aos 157,7 mil pontos.
- No último pregão da semana passada, o indicador fechou em alta de 0,37%, aos 157,7 mil pontos.
- Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula ganhos de 5,47% no mês e de 31,13% no ano.
Trump reduz tarifas
A sessão desta segunda-feira é a primeira do mercado financeiro desde o anúncio da Casa Branca de redução das tarifas sobre produtos agrícolas. A decisão contempla diretamente produtos exportados pelo Brasil, como café, carne bovina e frutas, a exemplo do açaí, que ainda estavam taxados em 50% pelos EUA.
De acordo com o governo norte-americano, a medida tem efeito retroativo e passou a valer a partir da 00h01 da última quinta-feira (13/11). A redução, nesse caso, refere-se apenas à tarifa recíproca de 10%, aplicada por Trump em 2 de abril deste ano. A taxa adicional de 40% contra o Brasil, oficializada pelo republicano no final de julho, segue valendo. Na ordem executiva, Trump justifica a decisão dizendo que recebeu “informações e recomendações adicionais de diversas autoridades”.
“Após considerar as informações e recomendações que me foram fornecidas por essas autoridades, o andamento das negociações com diversos parceiros comerciais, a demanda interna atual por certos produtos e a capacidade interna atual de produção de certos produtos, entre outros fatores, determinei que é necessário e apropriado modificar ainda mais o escopo dos produtos sujeitos à tarifa recíproca imposta pelo Decreto Executivo 14257”, afirmou Trump no documento.
Com isso, segundo nota técnica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 73,8% das exportações brasileiras para os EUA continuam sujeitas à tarifa adicional. Antes da revisão, o percentual alcançava 77,8%, abrangendo 6.037 produtos.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), produtos químicos, plásticos, maquinário industrial e partes de veículos estão entre os mais afetados. Para grande parte desses itens, a alíquota final permanece próxima ou chega a 40%.
