Está morrendo todos os dias, todas as horas, todos minutos e segundos da sua vida, do que resta dela. Seus adversários sabem como provocar, se especializaram nisso. Um homem irritado se torna frágil na sua fortaleza, no seu íntimo. O racional entra em combate ferrenho com o emocional. O “sangue de barata” perde para o ódio. Segundo ele, recebe “pancada todo dia”! Mas, ele é assim, chora e odeia ao mesmo tempo. Sangue italiano, sangue tupiniquim. Abraçar é melhor do que lutar, mesmo pelos seus direitos, seja em que campo de defesa for. É o brasileiro típico, gosta de futebol, um papo de botequim e pastel com guaraná. Mas, se irrita fácil. Se desgoverna fácil. Deixa-se dominar, mesmo que não perceba isso. E o outro lado ri. A prisão é um mote. O julgamento será lento, martirizante, torturante. A injusta corda já está no pescoço dele. Vai morrer lentamente, como está morrendo agora, nesse momento. Vermelho como um “pimentão”, fala sem parar, o palavrão vem até ponta da língua, mas não xinga. Segura e manda para dentro junto com o feijão e arroz do almoço. Fel com mel. Tudo cai lá na “casa da faca”, lá onde mexeram e remexeram para afastar a morte que já estava pronta para se hospedar por ali. A raiva, o ódio contido, embrulha o estômago e agita a mente. Irritação. Alguém domina ele todo dia, domina até a ponta da língua e para, não sai ao leu, livre para desabafar. O fel sempre retorna para a “casa da faca”. O fel que vai matar aos poucos. Seus inimigos dão a dosagem a cada dia que passa, aos poucos, homeopáticas. Sua salvação é a fervorosa fé em Deus. Deus, nosso Deus, até quando “ele” irá aguentar?
Elias Do Brasil