A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que irá montar um grupo de estudos junto ao Banco Central para avaliar possíveis medidas para reduzir os juros totativos do cartão de crédito. O assunto foi tema de uma reunião entre os representantes das instituições financeiras e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), nesta segunda-feira (17/4), em Brasília.
“Vão [Banco Central e Febraban] me entregar um cronograma de apresentação do estudo. Eu pedi celeridade, é uma preocupação do presidente Lula”, afirmou o ministro da Fazenda.
O presidente da Febraban, Isaac Sidney, declarou que a reunião com Haddad tratou apenas de um diagnóstico sobre a indústria do cartão de crédito e que irá elaborar um plano para tentar reduzir os juros do rotativo para o consumidor, mas a proposta será tratada diretamente com o Banco Central.
“Vamos construir um grupo de trabalho para podermos aprofundar tecnicamente quais são as causas do elevado juros do cartão de crédito, para poder atacar as causas e encontrar soluções corretas, soluções que possam selar pela racionalidade econômica”, ressaltou Isaac Sidney. Entretanto, ainda não há uma data para o lançamento do grupo.
“É um trabalho conjunto: governo, indústria de cartão de crédito e nós vamos aprofundar tecnicamente isso. Não é o momento de apontar caminho, não é o momento de discutir proposta, é o momento de aprofundar o diagnóstico”, acrescentou o presidente da Febraban.
A taxa de juros do cartão de crédito rotativo subiu seis pontos percentuais em fevereiro e atingiu 417,4% ao ano. A expectativa do governo federal é diminuir o percentual para reduzir o número de pessoas endividadas nessa modalidade.
Juros do cartão de crédito
O ministro da Fazenda destacou que a modalidade do cartão de crédito tem prejudicado principalmente a população de baixa renda.
“O desenho [do crédito do cartão rotativo] está prejudicando muito a população de baixa renda. Uma boa parte do que pessoal que está no Serasa hoje é por conta do cartão de crédito. Não só, mas é também por cartão de crédito. E as pessoas não conseguem sair do rotativo. É preciso encontrar um caminho negociado como fizemos com a redução do consignado dos aposentados”, afirmou Haddad.
O chefe da Fazenda anunciou que o governo federal deverá apresentar 14 medidas para destravar o crédito bancário nas próximas semanas, mas não apresentou detalhes.
*Metrópoles