Hamilton rebate rótulo de velho: “Não me compare. Sou diferente”

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A chegada de Lewis Hamilton à Ferrari trouxe à tona questionamentos por parte do paddock da Fórmula 1, dos fãs e da mídia: o britânico vai ser capaz de manter o nível de performance aos 40 anos de idade? O heptacampeão falou a respeito do tema e deixou claro que é “diferente” dos demais. Para ele, não há dúvidas sobre a capacidade atual.

– Não me compare com mais ninguém. Eu sou o primeiro e único piloto negro que já existiu nesse esporte. Eu sou diferente. Já passei por muita coisa, tive minha própria jornada. Você não pode me comparar com outro piloto de Fórmula 1 de 40 anos, no passado ou no presente. Eles não são como eu. Eu sou faminto, determinado, não tenho esposa e filhos. Estou focado em só uma coisa, que é vencer. Essa é minha prioridade número um – disse Hamilton, em entrevista à revista “Time”.

Lewis inicia a trajetória na Ferrari como o piloto mais midiático e vitorioso do atual grid. Desde a primeira visita à sede da equipe em Maranello, o piloto tem atraído os holofotes a cada novo passo. Mas também há quem critique ou tenha ressalvas em relação ao futuro desempenho do britânico devido à idade. Hamilton, por outro lado, acredita que estar velho é apenas um “estado de espírito”:

– O homem velho é um estado de espírito. É claro que o corpo envelhece, mas eu nunca vou ser um homem velho – declarou.

Ex-chefe de equipe de Hamilton na Mercedes, Toto Wolff chegou a declarar em seu livro “Inside Mercedes F1: Life In The Fast Lane”, lançado no fim do ano passado, que gostou da ida do veterano para a Ferrari por não ter que dizer a ele no futuro que chegou a hora de parar. Depois, o austríaco amenizou e comparou a mudança de ares com um “divórcio amigável”.

Hamilton disse à “Time” que não se incomoda com as declarações de Toto, mas expressou de forma contundente a sua opinião em relação a esse assunto. Ele apontou os casos de Tom Brady e LeBron James, ícones do futebol americano e do basquete, respectivamente: ambos passaram dos 40 anos competindo em alto nível.

Mas os comentários de Toto Wolff em relação a Hamilton não foram os únicos que ecoaram mundo afora recentemente. Ex-chefe da Fórmula 1, Bernie Ecclestone chegou a dizer que Lewis “não vai durar dois anos” na Ferrari. Enquanto Lewis se diz supermotivado, Bernie questionou a capacidade atual de determinação do piloto.

O bicampeão mundial Mika Hakkinen também expressou dúvidas sobre a capacidade do britânico de se recuperar da má fase que viveu no fim da passagem na Mercedes – Hamilton considerou até deixar as Flechas de Prata antes do fim da temporada de 2024. Já Eddie Jordan, ex-chefe da equipe Jordan, afirmou que a decisão da escuderia italiana de liberar Carlos Sainz para a Williams foi “suicida”.

Hamilton fez questão de ressaltar que as críticas partem, na maioria das vezes, de homens velhos e brancos. Apesar disso, afirmou que gosta de “abraçar a negatividade” contida nesses comentários e que, no fim das contas, os resultados na pista falam por si e calam os críticos.

– Sempre abracei a negatividade. Eu nunca, nunca respondo a um desses homens mais velhos e, no fim das contas, brancos que já comentaram sobre minha carreira, sobre o que eles acham que eu deveria estar fazendo. Como você aparece, como se apresenta, a sua performance lentamente dissipa isso – afirmou.

Na entrevista concedida à revista norte-americana, o piloto também tocou no tema do racismo. Em um dos trechos, Hamilton chegou a admitir que ficou receoso com a situação na Itália antes de fechar contrato com a Ferrari. A expectativa do sete vezes campeão do mundo é de não ter problemas com isso.

Cinquentão na F1?

O agora piloto da Ferrari também falou sobre os planos para a carreira e para a atual temporada. Se depender de Lewis Hamilton, os fãs da Fórmula 1 ainda poderão vê-lo por muito tempo nas pistas:

– O que eu posso dizer é que me aposentar não está no meu radar. Eu posso estar aqui até os 50, quem sabe – disse o britânico.

Lewis também comentou sobre as expectativas para a atual temporada. O astro acredita que ele e Charles Leclerc formam a dupla de pilotos mais forte do grid, e considera que é “absolutamente” capaz de superar Max Verstappen neste ano. Para Hamilton, o que vai definir o desempenho é a vontade de vencer.

– Eu sei exatamente onde está a Estrela do Norte. Eu sei onde tenho que ir e como chegar lá. É longe, e vai ser difícil ir até lá, mas eu sei que tenho todos os ingredientes, uma equipe fantástica à minha volta. É sobre o quanto você quer isso, e eu não consigo nem expressar o quanto eu quero isso – concluiu.

Fonte: Globo Esporte/Foto: Clive Rose/Getty Images

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