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Juros: Fuga do risco contamina taxas do DI, que fecham em alta

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Os juros não escaparam do movimento de risk off generalizado e as taxas subiram em toda a curva, de modo mais firme na ponta longa, mas o movimento perdeu fôlego na reta final da sessão, com todas elas preservando apenas um viés de alta no fechamento. Pela manhã, o exterior já pressionava os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI), mas as máximas vieram à tarde na medida em que a aversão ao risco cresceu para levar o rendimento da T-Note a cair abaixo de 1,30%. Após a trégua de ontem, os temores de antecipação na retirada dos estímulos monetários nos Estados Unidos emergiram a partir de declarações de dirigentes do Federal Reserve. No Brasil, o cenário político traz desconforto em várias frentes, seja na proposta de reforma do Imposto de Renda, na CPI da Covid no Senado ou pelo quadro de saúde do presidente Jair Bolsonaro.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou em 5,815%, de 5,784% ontem, e o DI para janeiro de 2023 encerrou com taxa de 7,305%, de 7,289% ontem. A taxa do DI para janeiro de 2025 passou de 8,265% para 8,28% e a do DI para janeiro de 2027, de 8,663% para 8,67%.

Com o ambiente internacional tenso, as taxas acabaram devolvendo parte da queda registrada ontem, quando o testemunho do presidente do Fed, Jerome Powell, na Câmara deu alívio ao afirmar que os progressos necessários para o início da reversão dos estímulos ainda não eram suficientes.

Hoje, no Senado, ele admitiu desafios para decidir como reagir ao atual nível da inflação, que está “bem acima” do que o Fed esperava. Disse ainda que na próxima reunião o Fed vai avaliar se os “progressos substanciais” necessários para a retirada da acomodação monetária foram alcançados.

Internamente, o ambiente político é conturbado não só pela situação complicada para o governo na CPI da Covid, mas mais recentemente pela falta de consenso em torno da reforma do IR, mesmo depois de alterada. A perda de arrecadação traz preocupações para a área fiscal e, sobretudo, vai pressionar Estados e municípios, que ficarão com a maior parte dessa conta. Ainda, a internação do presidente reforça o clima de insegurança – ele tem obstrução no abdômen e não há previsão de alta hospitalar.

O Tesouro realizou leilão de prefixados mas o volume e o risco da operação foram parecidos aos da anterior e, com isso, não houve grande pressão sobre a curva. As ofertas de 11 milhões de LTN e 1,3 milhão de NTN-F tiveram demanda integral.

*Estadão Conteúdo

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