O CAOS DA NATUREZA E DAS LEIS

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“A água da chuva que caiu em Serafina Correa passou pelo rio Taquari, em Lajeado. A água que derrubou a ponte de ferro em Nova Roma, também passou pelo rio Taquari, em Lajeado, assim como a água que deixou em pânico os responsáveis pela Usina Castro Alves. Isso demonstra que era possível saber, com quase 24 horas de antecedência, que a cheia do rio Taquari, em Lajeado/RS, seria de grande magnitude” (Nota de Imprensa do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, de 11/09/2023). A Agência de notícias R7/News, em 12/09/2023, informa: “Sobe para 47 o número de mortes no Rio Grande do Sul, após as enchentes no Estado”. A natureza age segundo as suas próprias leis, nem sempre bem interpretadas por cientistas e pessoas comuns. Porém, do seu jeito, ela dá sinais que antecedem catástrofes. Às vezes, são sinais tão evidentes que somente a teimosia, a incompetência e o descrédito provocam situações críticas. Um estudo científico bem elaborado e medidas de prevenção de catástrofes são, talvez, a única solução para amenizar os males, principalmente evitando mortes de seres humanos, além da destruição de parte da fauna e flora. Nesse início de setembro, mais de cem cidades gaúchas tiveram a sua população e bens castigados pela chuva intensa. Não é difícil apontar as falhas dos governos Federal, Estadual e Municipal, como também, não faltam erros a apontar aos habitantes das regiões afetadas. A natureza vem e arrasa, é o jeito dela. O ser humano não tem esse poder, ainda. Porém, o ser humano causa o caos tão profundamente, ou até pior, que a natureza. O caos provocado pelo ser humano é, geralmente, contundente e duradouro, principalmente aqueles provocados pelo poder político e judiciário, incluindo nessa lista os ditadores contidos na mesma política e no mesmo judiciário. As Leis, mesmo as leis cristãs, foram criadas para servir a pessoas de bem. E mesmo os maus se servem das leis, em benefício dos bons, quando são presos e retirados do convívio social. Um caos provocado pela natureza pode gerar um caos provocado pelos homens. Junto com as águas lamacentas das enchentes pode ter brotado no espírito gaúcho, mediante a situação política e judicial caótica que sobrevoa os ares do Sul ao Norte, um sentimento de pátria e nacionalidade lá dos tempos da Revolução Farroupilha (1835 a 1845). O gaúcho não é homem (ou mulher) de “engolir sapo” e nem de “levar desaforo para casa”. Ele repele, recusa, reage. Nas suas veias circulam as suas tradições e nas suas peles roçam os ventos da liberdade. Dar um corte de faca na costela assada no fogo de lenha ou brandir a espada em combate para defender a sua terra, nada lhe custa. O Cid é gaúcho?

Por: Elias do Brasil / escritor e historiador, membro do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil (IGHMB) e articulista.

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