Um crime que a polícia suspeita ter sido passional se tornou um dos assuntos mais comentados em Mato Grosso nos últimos dias. A empresária Raquel Cattani Xavier, 26 anos, filha do deputado estadual Gilberto Cattani (PL), foi encontrada morta na manhã da última sexta-feira (19/7), em Nova Mutum, a cerca de 240 km de Cuiabá (MT). Ela era produtora de queijos premiada e foi morta com 34 facadas
Seis dias após o crime, a Polícia Civil de Mato Grosso prendeu o ex-marido da vítima, Romero Xavier, suspeito de ser o mandante do crime e o irmão dele, Rodrigo Xavier, que teria executado o assassinato de Raquel.
Término do relacionamento
De acordo com a polícia, o ex-marido de Raquel, Romero Xavier, não aceitava o término da relação com a produtora rural. Segundo a corporação, ele foi responsável por planejar o crime, que teria sido cometido pelo irmão, Rodrigo Xavier.
As autoridades de Mato Grosso afirmam que chegaram até a dupla depois de encontrar evidências de que a cena do assassinato foi alterada com o objetivo de dificultar as investigações.
“As diligências prosseguiram e, diante da desconfiança de uma cena que poderia ter sido armada, a atenção foi voltada ao ex-marido, Romero Xavier, que mantinha comportamento possessivo e não aceitava o término da relação com a vítima”, disse a Polícia Civil do Mato Grosso, em nota.
A polícia, então, tentou contato com Romero, que evitou diversas vezes ser ouvido sobre o caso. Ele chegou a ser preso como suspeito pelo crime, mas inicialmente a polícia descartou a possibilidade de elo entre o ex-marido de Raquel com o homicídio.
Nessa quarta-feira (24/7), porém, membros da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos e da Regional de Nova Mutum foram até o endereço de Rodrigo, que apresentou nervosismo com a presença dos policiais e teria confessado o homicídio de Raquel Cattani.
Rodrigo, que tem passagens por furtos e outros crimes, teria revelado, segundo a polícia, que cometeu o assassinato a mando do irmão, Romero.
A equipe policial, então, seguiu até o assentamento Pontal do Marape, onde o ex-marido de Raquel Cattani também foi preso por suspeita de homicídio qualificado.
Defendido pelo sogro
Em publicação nas redes sociais, o pai de Raquel, o deputado Gilberto Cattani (PL), chegou a defender o genro sobre boatos envolvendo a participação dele no crime. Na publicação, feita no domingo (21/7), o parlamentar pediu “respeito com a dor alheia”.
“Com o coração partido, mas preciso falar algumas coisas aqui. O marido da Raquel não foi preso, nem confessou crime algum e nem eu matei minha filha como foi noticiado. Tenham, pelo menos, respeito à dor alheia”, disse.
Romero chegou a ser detido na sexta-feira (19/7) por suspeita de envolvimento na morte de Raquel, mas prestou depoimento, apresentou um álibi e acabou liberado.
Suspeitas
O nome de Romero começou a circular na imprensa local como suspeito do crime após ele chegar à casa onde Cattani foi encontrada morta no momento em que era realizada a perícia. Romero Xavier e Raquel Cattani se separaram recentemente.
Romero é pai dos filhos de Raquel, um menino, de 6 anos, e uma menina, de 3. Durante o velório da empresária, ele se mostrou muito abalado e permaneceu ao lado do caixão junto com o deputado.
Raquel Cattani tinha 26 anos e foi enterrada sob forte comoção de familiares e amigos no Cemitério Jardim da Paz, em Lucas do Rio Verde, no norte mato-grossense. O velório ocorreu nesse sábado (20) e, no fim do dia, a família seguiu em cortejo até o cemitério, onde prestou as últimas homenagens.
Foto: Reprodução/ *Metrópoles