O Amazonas é o terceiro estado da Região Norte em quantidade de imóveis ocupados em situação precária, de acordo com estudo da FJP (Fundação João Pinheiro) realizado em parceria com o Ministério das Cidades.
O estado do Amazonas tem um déficit habitacional de 14,5%. O estudo foi realizado com base em dados de 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Conforme o levantamento, no Amazonas há diferentes famílias dividindo o mesmo espaço em residências ou moradias nas quais o pagamento de aluguel nas cidades representa uma sobrecarga para o morador, com um gasto de mais de 30% da renda familiar de até três salários mínimos.
O Amapá lidera a lista, com 18% de déficit. Em seguida aparece Roraima, com 17,2%. Em cada um desses estados, o principal motivo para o déficit é diferente. Com exceção do Tocantins (8,2%), todos os demais estados da Região Norte têm proporção de déficit superior a 10%, diz o estudo.
Enquanto no Amazonas o principal problema é morar várias pessoas no mesmo espaço ou domicílios com mais de um núcleo familiar (coabitação), no Amapá a maioria dos casos envolve habitação em situação precária, e em Roraima o problema é o ônus com o aluguel.
“Esses problemas acabam se acumulando nos estados do Norte, onde a produção de moradias e o padrão de urbanização muitas vezes acabam sendo as habitações precárias, como as palafitas. O modelo de produção habitacional sem divisão de cômodos puxa a questão da coabitação. E, por fim, nas capitais, acaba tendo muito problema do ônus dos aluguéis”, explica o pesquisador da FJP (Fundação João Pinheiro/MG), Gabriel Lacerda.
Em números absolutos, o país tem 6,22 milhões de domicílios em situação de déficit. Mais da metade desse déficit, 3,24 milhões (52,2%), se devem ao ônus excessivo com aluguel urbano, ou seja, quando a renda domiciliar é de até três salários mínimos, e o pagamento pela moradia corresponde a mais de 30% dessa renda.
O restante do déficit é explicado por habitações precárias (1,68 milhão ou 27,1%) e por coabitação, ou seja, mais de uma família por domicílio ou mais de duas pessoas por dormitório (1,29 milhão ou 20,8%).
Foto: Valter Calheiros/ *AM Atual