Ativistas reagiram ao Projeto de Lei nº 582/21, do vereador Diego Afonso (União Brasil), que altera a demarcação da APA (Área de Proteção Ambiental) Floresta Manaós, no bairro Coroado, zona leste de Manaus. Os ativistas lançaram a companha ‘Salve a Floresta Manaós’. Um site foi criado para manifestação pública contra a ampliação de área comercial em área de floresta urbana. A intenção é pressionar para que o prefeito David Almeida vete o projeto. O pedido tem assinatura de 941 pessoas.
Participam da mobilização os grupos Minha Manaus, Abaré, Associação de Advocacia Popular, Instituto Rebbú, Greenpeace Manaus e Líderes da Realidade Climática Amazonas.
“A Câmara de Vereadores abre precedente para que outras áreas protegidas tenham seus territórios desmatados, só para atender a interesses comerciais. Estamos no centro da região amazônica, mesmo assim, Manaus é uma das capitais menos arborizadas do país, de acordo com o IBGE. Logo teremos a primeira COP na Amazônia, em Belém. Qual exemplo David Almeida dará para o resto do mundo se essa Lei for sancionada? Precisamos que a nossa voz enquanto sociedade civil seja ouvida”, afirma Alice Almeida, do grupo Minha Manaus.
Segundo a arquiteta e urbanista Luana Castro, pesquisadora do Laboratório Cidades na Amazônia, a degradação da APA Floresta Manaós representa risco para a vida de pessoas que moram ao redor das bacias hidrográficas dos igarapés do Mindu e da orla de Educandos.
“A existência dessa grande área de verde urbano, que já vem perdendo área há décadas, supre não apenas demandas ambientais, mas também sociais, garantindo a reposição de água em lençóis freáticos e absorvendo água que poderia causar alagamentos ainda maiores para moradores em situação de risco na bacia do Mindu, e principalmente na bacia do Educandos”, explica Luana.
O Projeto de Lei foi aprovado na última quarta-feira (21) com 31 votos a favor e 4 contra. O projeto viabiliza a construção de um posto de combustíveis na área verde. A empresa que planeja investir no negócio é a IBK Comércios e Serviços Ltda.
Foto:Ufam/Divulgação
*Amazonas Atual