O estupro nas relações conjugais e afetivas

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Dentro de um vínculo matrimonial, muitas mulheres se sentem responsáveis pela manutenção desta relação e acreditam que elas não têm poder de decisão quando se trata do sexo no casamento.

Por conta dessa “responsabilidade”, muitas mulheres sofrem abuso sexual e não percebem que dentro do casamento ou da relação afetiva o sexo sem o seu consentimento é considerado estupro.

O estupro marital, é a violência sexual contra a mulher em uma relação conjugal, no chamado casamento, em que ela na qualidade de esposa é forçada pelo cônjuge a manter relação sexual sem a sua vontade. É uma modalidade dentre várias do estupro, difere-se, pois o cônjuge passa a ser o sujeito ativo do crime e a mulher sujeito passivo obrigatoriamente. “É um direito seu que não desaparece, mesmo quando se dá a uma vida licenciosa, pois, nesse caso, ainda que mercadejando com o corpo, ela conserva a faculdade de aceitar ou recusar o homem que a solicita.” (NORONHA, 2002).

Fazer com que uma relação sexual aconteça por meio de ameaça ou violência são os casos mais clássicos, mas forçar o sexo enquanto a vítima está inconsciente, seja dormindo, embriagada ou sob efeito de remédios, também é considerado estupro. As consequências psicológicas que a violência sexual deixa, acarreta muitas vezes, um trauma.

Ao ter suas barreiras violentadas, a mulher tenta construir novos limites entre si mesma e o mundo. Porém, tais delimitações são construídas improvisadamente pela dinâmica do trauma, por meio de ganho de peso, desleixo pessoal, falta de cuidado consigo mesma ou a procura de não ser atraente sexualmente. Pode também desenvolver problemas dermatológicos, de aprendizagem ou de comportamento.

Muitas costumam desenvolver transtorno de estresse pós-traumático e normalmente, os agressores podem fazer uso de facas ou armas de fogo para forçar a relação sexual caso a mulher resista.

O que sustenta esta prática dentro de uma relação íntima, é a ideia de que o corpo feminino é um objeto disponível, a mulher deve ser submissa e permanecer em silencio diante da agressão além de um sistema machista e social que é permissivo diante de tal crime.

É provável que na sua família existam histórias grotescas de casamento arranjado para “reparar” o estupro cometido por seu parente homem.

Esta situação se torna muito clara quando algumas delegacias especializadas não acolhem as denúncias com a devida atenção e providência legal. São inúmeros os relatos de mulheres que se sentiram muito pior depois de buscarem ajuda numa delegacia que se diz especializada em atendimento à mulher.

Entenda, se no relacionamento  você é tratada como objeto sexual, é forçada a manter relações sem seu consentimento, essa não é uma relação saudável. É necessário que as mulheres aprendam e ensinem outras mulheres que elas não devem submissão aos seus maridos, e que principalmente elas devem ter sua vontade respeitada sempre e em todo o tempo.

Danielle Loureiro – Psicóloga

CRP 20/02328

Adm do IG @danielle.loureiro.psi

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