A Polícia Federal do Amazonas (PF-AM) encontrou um papel com uma lista de “regras” em um dos dez acampamentos do garimpo ilegal destruídos na semana passada, durante a Operação Aurum. A suspeita é que o local citado no papel, um bar, era usado para prostituição.
No cabeçalho do papel encontrado pelos agentes está escrito “Regras a serem cumpridas”. A lista traz cinco itens que deveriam ser cumpridos no acampamento.
A mensagem ao final da lista chama a atenção. “Use sempre preservativo”, diz o texto.
A PF investiga se no acampamento havia prostituição e se o ouro extraído do garimpo ilegal era usado como moeda de troca.
Veja o que está escrito na lista:
‘Regras a ser cumprida’
- Se sair para beber em outro bar paga saída
- Se sair pra dormir fora do bar ‘para’ [paga] saída
- Pagar a ‘xave’ no balcão antes de ir pro quarto
- Terminou de comer LAVE SEU PRATO
- VALOR ‘DAS ‘AVE’ MEIA GRAMA E 1 GRM DAS saidas.
- Obrigado
- Use sempre preservativo
A Rede Amazônica apurou que, além do papel com as regras, a PF achou itens usados por crianças, como calcinhas. A polícia investiga se os objetos eram usados por filhos dos garimpeiros ou por vítimas de prostituição infantil.
Operação Aurum
A Força Tarefa de Segurança Pública Ambiental, composta por equipes da Polícia Federal, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Força Nacional e ABIN, destruiu 10 garimpos ilegais na Floresta Nacional de Urupadi, em Maués, interior do Amazonas.
A ação fez parte da Operação Aurum, que significa ouro em latim. Os garimpos destruídos foram encontrados tanto em terra como em rio.
Os trabalhos também resultaram na apreensão de 13 escavadeiras hidráulicas, um trator esteira, seis motocicletas, três quadriciclos, 61 barracos, 16 motores geradores, 20 motores bombas e sete dragas.
Ainda durante os trabalhos foram apreendidas nove armas de fogo e demais aparatos utilizados no garimpo ilegal como embarcações e mercúrio. Ao todo, as multas aplicadas aos garimpeiros somam R$ 4.515.600, segundo o órgão.
*g1 / Foto: Reprodução/PF