Um juiz federal do Estado norte-americano de Illinois sentenciou o cantor R. Kelly a 20 anos de prisão nesta quinta-feira (23) por pornografia infantil.
No processo, um júri descobriu que ele havia produzido três vídeos de si mesmo abusando sexualmente de sua afilhada de 14 anos.
O juiz decidiu que de todos os 20 anos, exceto um ano da sentença de prisão, sejam cumpridos ao mesmo tempo que uma sentença anterior de 30 anos que o R. Kelly recebeu após um júri no Brooklyn o condenar por extorsão e tráfico sexual em junho de 2022.
Na prática, apenas um ano foi acrescido no número total de anos que o cantor deve ficar na prisão. Ele está com 56 anos e deve seguir preso até entrar nos 80 anos.
Os promotores federais argumentaram que Kelly merecia 25 anos de prisão além da sentença anterior, citando a “falta de remorso” do cantor como uma razão pela qual ele representaria um perigo para a sociedade se fosse libertado.
“A única maneira de garantir que ele não reincidirá é impor uma sentença que o mantenha na prisão pelo resto de sua vida”, disse Jeannice Williams Appenteng, uma das promotoras, no tribunal na quinta-feira.
Uma advogada de Kelly, Jennifer Bonjean, argumentou que seu cliente “provavelmente morreria na prisão de qualquer maneira”, mas que, se não o fizesse, não representaria uma ameaça na velhice. Ela está apelando das condenações em Brooklyn e Chicago.
Condenação anterior
R. Kelly foi condenado em junho de 2022 a 30 anos de prisão por chefiar durante décadas uma rede de exploração sexual de mulheres e adolescentes.
A juíza Ann Donnelly proferiu a sentença em uma corte federal de Nova York, nos Estados Unidos, quase um ano depois de Kelly, de 55 anos, ter sido condenado por um júri no estado. Ele respondia a acusações de extorsão e uma série de outros crimes.
Em setembro de 2022, Kelly, que já foi um dos mais populares do R&B nos Estados Unidos, foi condenado em Chicago por abuso sexual de menores e pornografia infantil.
Ele já tinha evitado uma condenação em 2008, quando foi considerado inocente de 14 crimes em julgamento sobre pornografia infantil.
Nascido Robert Sylvester Kelly, o cantor enfrentava uma acusação de crime organizado e oito violações da Lei Mann, que proíbe o transporte de pessoas através dos limites estaduais para fazer sexo. Ele negava todas as acusações.
Procuradores federais acusavam o cantor de comandar um séquito de empresários, seguranças e outros que recrutavam mulheres e meninas para ele fazer sexo e abusar, além de produzir pornografia, inclusive infantil.
Entre as acusações pela qual foi condenado, estavam a de que Kelly subornou um funcionário do governo que deu a permissão para que ele se casasse com a cantora Aaliyah (1979-2001) em 1994, quando ela tinha apenas 15 anos.
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